O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) marcou para esta quarta-feira (7) a instalação da comissão especial do projeto de lei que pretende tornar mais rigorosa a cobrança de devedores da União.
A proposta quer combater a figura do “devedor contumaz”, o contribuinte que acumula dívida maior que R$ 15 milhões por mais de um ano.
A instalação da comissão será marcada pela eleição do comando do colegiado – presidente e vice-presidentes.
Uma vez eleito, caberá ao presidente nomear o relator do texto, que deverá ser o deputado Arthur Maia (DEM-BA).
Caberá ao relator elaborar um parecer que pode concluir pela aprovação do texto original ou pela aprovação de uma nova versão de texto, modificada a partir da contribuição de outros parlamentares, por meio de emendas.
O projeto define o devedor contumaz como “o contribuinte cujo comportamento fiscal se caracteriza pela inadimplência substancial e reiterada de tributos”.
A proposta autoriza que a União tome medidas contra o contribuinte em débito, após procedimento administrativo.
Entre essas medidas, estão o cancelamento do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; e a proibição concessão de benefícios fiscais por seis anos – inclusive parcelamentos ou anistia a dívidas.
Isso será possível caso fique comprovado que houve intenção do devedor em burlar o pagamento dos compromissos.
Na mensagem encaminhada ao Congresso junto com o projeto, o Ministério da Economia afirma que esse tipo de contribuinte traz consequências nocivas à sociedade.
“Esse tipo de devedor acarreta consequências especialmente nocivas à sociedade quando a referida inadimplência se faz acompanhar de situações que indicam tratar-se de pessoa jurídica constituída para a prática de fraudes fiscais, para encobrir os reais titulares da empresa ou integrante de organização criada sem qualquer propósito negocial, mas com o objetivo de não pagar tributos, bem como a pessoa flsica que pratica atos deliberados de ocultação patrimonial.”
O texto permite ainda que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional conceda um desconto de até 50% na dívida de contribuintes que tenham débitos classificados como “irrecuperáveis ou de difícil recuperação”, desde que não tenham cometido ilícitos.
O pagamento poderá ser parcelado em até 60 vezes. Com a iniciativa, o governo pretende arrecadar R$ 2,182 bilhões.
Fonte: G1