Na série “O Real Cenário”, o atual momento e as perspectivas para a economia de Santa Catarina são analisados para mostrar o verdadeiro tamanho do nosso Estado dentro da economia nacional
O mundo inteiro vem mudando nos últimos dois anos. O mesmo aconteceu nas cidades catarinenses. Mas, para quem vive aqui, bem no Sul do Brasil, qual o impacto dessa mudança? Talvez, a gente ainda não tenha a dimensão do que representa Santa Catarina para o País.
Nós, catarinenses, temos apenas 1% do território nacional e só 3% de toda a população do Brasil. Apesar de pequenos, somos o Estado que mais cresceu na economia em 2020 e, também, o que mais gerou empregos no ano passado, mesmo em meio à pandemia. Você pode se perguntar: como isso foi possível? É que SC é de fato um Estado diferenciado.
Nosso PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas aqui, é o sexto maior do país, mesmo com o tamanho territorial menor.
Se as empresas estaduais crescem, o Estado também cresce, porque isso aumenta o PIB. Hoje, ele gira em torno de R$ 298 bilhões, o que nos coloca em destaque no cenário nacional.
O professor de economia da UFSC, Pablo Bittencourt, explica que o PIB do Estado é composto por, pelo menos, quatro fatores. “Pelo consumo feito aqui dentro de Santa Catarina, o consumo pelas exportações, pelos investimentos realizados aqui e o consumo do governo”.
Claro que é possível melhorar ainda mais o nosso PIB, mas isso depende de mais investimentos, mais tecnologia e, consequentemente, mais pessoas. E Santa Catarina vem mostrando que, mesmo durante a crise, a força de trabalho determina o sucesso dos negócios.
Oportunidades na crise
Marcelo Lima, que trabalha numa fábrica de toalhas em Brusque, até pensou que a empresa fecharia as portas por causa da pandemia. “Porque não tinha para quem vender”, comenta Marcelo, que faz o controle de mercadorias da fábrica. “As vendas pararam de uma hora para a outra e achamos que seríamos demitidos”, conta ele.
A diretoria da fábrica, de fato, teve que demitir dezenas de colaboradores. “Fomos pegos de surpresa. E ainda suspendemos um plano de investimentos para expandir a empresa por causa da falta de clientes. Mas focamos no negócio e fomos em busca de novos clientes”, conta a diretora da fábrica Susymeri Oligari. Marcelo, felizmente, não foi demitido, e acabou ajudando na reestruturação da empresa durante a pandemia.
Apesar de todas as perdas, a crise que começou em março do ano passado também trouxe novas oportunidades. Com trabalho duro e muita criatividade, o setor industrial foi o que mais empregou desde o início deste ano.
A indústria de transformação, que vai do setor têxtil aos alimentos, expandiu 26% nesse primeiro semestre, um resultado que surpreendeu até os mais otimistas.
Quando se fala da agroindústria somos uma potência. A diversidade de produtos, de empresas e a evolução histórica do setor tornou Santa Catarina no maior exportador de carne de frango do país, além de ser também o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil.
“Só no ano passado, fomos responsáveis pela exportação de US$ 3 bilhões aqui em Santa Catarina”, revela o gerente executivo do Sindicarne/SC Jorge Luiz de Lima.

Atividade portuária intensa e polo de tecnologia
Com tanta diversidade de mercadorias, como superar o desafio de levar os produtos produzidos em solo catarinense para outros continentes?