As missões de Messias e Moisés

Corria o ano de 2018. O país vivia uma democracia conturbada pelos desmandos de gestores, apadrinhados e assessores (políticos, empresários e servidores) “misturando” patrimônio e negócio públicos. Submetidos a processos profundos de investigação, alguns desses ilustres foram à condenação. O povo, saturado de tanta roubalheira e vislumbrando dar um basta nessa confusão, aguardou o dia “D” escolhendo mudar os rumos no ano eleitoral. As opções no turno final surpreenderam. Divergentes de um extremo a outro, como da noite para o dia, e com o fechamento das urnas, a sorte estava lançada.

Na euforia dos resultados, as equipes foram montadas com a promessa de se buscar os melhores profissionais, de carreiras, íntegros e competentes para o exercício das funções primordiais. Com os times em campo, alguns experientes nas suas posições, outros nem tanto, é notada a presença de titulares sem conhecimentos táticos, fruto das composições. Começava a se desenhar a tão contestada forma de governar pelos eleitos (e seguirá por várias gerações), a da velha política.

E daí? 
Numa sociedade competitiva na qual em cada instante a expectativa do resultado lucrativo impera, em se tratando de verba pública os critérios nem sempre são respeitados. Mais difícil se o ocupante, ou quem o indicou, não comunga de qualidades. Nesse momento, o domínio e o conhecimento da gestão sobre a coisa pública falam mais alto. Do lado da receita, os fiscos das três esferas vêm desempenhando um grande trabalho na fiscalização, arrecadação e, por consequência, no combate ao câncer da sonegação. Semelhanças se devem ao controle dos gastos, reforçado pelos dirigentes. Não pode ser um poço sem fundo. A obrigação dos órgãos controladores é vigiar e seguir os passos onde os valores estão sendo devidamente aplicados, evitando os superfaturamentos, desvios (caixas de campanhas). Daí é que a mais perniciosa das endemias, a corrupção, embrenhada em todos os cantos, deve ser extirpada.

A boa política 
Sonha-se agora e no futuro que os gestores, vacinados, pensem bem nas escolhas. Vale o mesmo para os municipais. Brigas entre os pares também, e em público, só desconstroem. Ao eleitor, cabe a sua parte. Sem essa do quanto pior, melhor, ou críticas infundadas e sem análises prévias, disseminando fake news, mas torcer para que o Estado brasileiro tenha direção única, com moral, ética e desenvolvimento sustentável, independentemente de credo, sexo, classe social e ideologia. Mesmo sem poder fazer milagres ou cruzando mares revoltos, o povo clama aos senhores mandatários discernimento e sabedoria. Com o palanque desfeito em 29 de outubro de 2018, aguarda ansioso a prática da boa política, para, com a ajuda de Deus, cumprir suas missões.

Socorro financeiro
“Confinar” ou “relaxar”, dois verbos que estão na ordem do dia do presidente, governadores e prefeitos, vêm causando fortes discussões contra ou a favor. Confinamento para não ser acometido da Covid-19, sufocando o já limitado sistema de saúde, ou relaxamento, para manter o negócio funcionando, garantia de emprego, geração de riquezas. Nesse dilema, o socorro vem em boa hora. A dificuldade maior é chegar na ponta, atingindo quem mais precisa, o subempregado ou já desempregado pai ou mãe de família. Estados e municípios serão atendidos pela União e, desta forma, poderão minimizar as perdas de receitas resultantes dos produtos e serviços. Atenção redobrada para que os valores realmente tenham os destinos programados. E que os órgãos de controle se atentem, para que, preocupados com a sardinha, não esqueçam de fisgar o tubarão.

Refletindo
“Que a bondade do coração de mãe ilumine e fortaleça em fé, amor e sabedoria para se entender as lições advindas da Covid-19”. Feliz e abençoado dia de todas as mães. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita estadual SC