Foram tantos os estragos causados pelo ciclone da última terça-feira (30/06) em mais da metade dos municípios de Santa Catarina que a apuração de perdas ainda continua em todo o Estado. O município mais afetado foi Garuva, no litoral Norte, apontou o relatório da Defesa Civil deste domingo, feito pela comitiva integrada pelo secretário nacional Alexandre Alves.

Enquanto a Defesa Civil concentra esforços na ajuda humanitária, a Secretaria de Estado da Agricultura e a Empresa de Pesquisa Agrícola e Extensão Rural (Epagri) contabilizam perdas na agropecuária. Os prejuízos vão desde a destruição de coberturas protetoras de pomares de maçã na Serra e de produção hortigranjeira na Grande Florianópolis, até perdas totais em lavouras de banana no Norte do Estado. A Epagri listou perdas na pecuária, horticultura, fruticultura, tabaco, flores ornamentais e reflorestamento.

Apesar dos estragos na produção, os reflexos ainda não chegam ao consumidor final. Os danos nas culturas de hortifrutigranjeiros foram regionais, informa o gerente da Ceasa de SC, em São José, Thiago Nunes Teixeira. Assim, uma região produtora cobre o déficit daquela que teve perdas e isso tem evitado pressão de preços ao consumidor, explica ele.

Na pecuária, as principais perdas foram em obras de infraestrutura e produção. Uma parte das unidades rurais tiveram pavilhões produtivos e de proteção destelhados enquanto outras, que produzem leite, tiveram perdas por causa da falta de energia para conservação.

Na produção de verduras e frutas cobertas, as perdas maiores foram mesmo com danos nas coberturas, levadas pelos ventos. No caso da bananicultura, os prejuízos foram grandes em alguns municípios produtores como Garuva e São João do Itaperiú, no Norte do Estado. Os produtores terão perdas financeiras significativas com a falta de produtos e demora para a recuperação dos pomares. Essa região lidera a exportação de banana no Brasil, com atendimento ao Mercosul.

A maricultura também foi prejudicada no litoral catarinense. Empresas e pescadores tiveram perdas de embarcações, que foram afundadas pelos ventos fortes. Estruturas marinhas de cultivo de ostras, mariscos e outros moluscos também foram danificadas.

Epagri recomenda acionar seguro

Aos produtores que têm projetos financiados pelo Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a Epagri recomenda solicitar junto ao banco financiador o seguro do projeto, chamado Proagro. Quem tem projeto financiado com seguro, deve utilizar essa garantia que contratou.

Além disso, o diretor de extensão da Epagri, Humberto Bicca Neto, afirma que estão sendo estudadas alternativas de ajuda previstas em políticas de reabilitação do Plano Safra 2020/2021.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti