Os impactos do isolamento devido ao novo coronavírus causaram retração histórica no setor de serviços em abril no Estado de Santa Catarina, mostra pesquisa do IBGE. O setor recuou 13,9% em volume na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais; teve queda de 20,3% na comparação com o mesmo mês de 2019 e retração de 5,9% no ano. Em 12 meses, acumulou até abril menos 1,5%. Considerando que em março o setor caiu 4,9%, a perda em dois meses ficou perto de 20%.
O maior recuo em abril frente ao mesmo mês do ano passado foi no grupo de serviços às famílias (-53,3%), seguido por transportes (-20,2%), serviços profissionais (-19,4%), serviços de informática e comunicação (-13,2%) e outros serviços (-7,7%).
O setor turístico, que tem um levantamento à parte feito pelo IBGE, teve queda de 47,5% no volume em abril frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Caiu 61,1% em relação ao mesmo mês do ano passado e, no ano, acumula queda de 17,7%.
Considerando a receita nominal, o setor de serviços catarinense fechou abril com retração de 16,7% na comparação com o mês anterior, considerando ajustes sazonais. Frente ao mesmo mês do ano passado recuou 21,2%, no acumulado do ano caiu 4,6% e em 12 meses registrou pequena alta, de 0,9%.
No Brasil, o setor de serviços teve queda de 11,7% em abril na comparação com o mês anterior, de 17,2% frente ao mesmo mês de 2019, recuou 4,5% no ano e em 12 meses caiu 0,6%.
Este foi o primeiro mês atingido totalmente pelo isolamento social, por isso era esperada uma retração elevada em serviços porque a maioria das atividades envolve aproximação de pessoas. O grupo de serviços às famílias caiu mais porque inclui hotéis e restaurantes, atividades que tiveram recuo próximo de 48% na média nacional. Em SC, esses setores voltaram a operar em meados de abril com restrições, mas diante da insegurança dos clientes que temem contaminação por coronavírus, o movimento segue baixo.
Vale destacar que Santa Catarina teve resultado próximo da média nacional em serviços no mês de abril. Isso é resultado da diversificação econômica do Estado, que é a maior do país. Estados do Nordeste, que são fortes no turismo, tiveram baque muito maior. Alagoas liderou na queda de abril frente a março (-26,5%), seguida pelo Ceará (-21,8%) e Pernambuco (-21%).
Para maio, com maior atividade econômica, a expectativa é de que os números do setor de serviços sejam um pouco melhores do que em abril, apesar da pandemia. Os serviços são os que mais pesam na formação do Produto Interno Bruto do Estado. Junto com o comércio, responde por cerca de 70% do total do PIB.
Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti