Operação oxigênio: SC não merece

Com a promessa do novo, governantes surgiram como tsunamis dando a impressão de que o passado estaria superado, enterrando de vez a cultura da velha política. Não foi levado a termo tais propostas. Tanto lá como cá persistem vícios antigos. No âmbito Federal, em vista do enfraquecimento político e das possíveis derrotas no Congresso, aflorou a necessidade do “toma lá dá cá”. E para esse acerto, nada mais recomendável do que os conchavos com o “Centrão”.
Por aqui, o negócio ficou fora do Parlamento. Tanto é que o número de adeptos foi reduzindo, e hoje não passa de dez deputados. Pior, em meio à blindagem, esqueceram de primar pela transparência, tão defendida. Têm sido frequentes as ratadas culminando com a “gatada” dos respiradores. Nas mãos da força-tarefa cabe elucidar os fatos e punir os responsáveis pelos seus “macabros” atos, se confirmados. Tirar da saúde, em época de pandemia, é crime bárbaro.
Há muita dúvida, como nas contratações sem licitações. Onde estavam os assessores originários de órgãos controladores para auxiliar secretarias e gabinetes, que não se atentaram pelas falhas? E os superiores que avalizaram, hein? Nosso Estado, promissor e modelo em diversos setores, não merece a pecha nacional do escândalo da operação oxigênio.

Socorro financeiro
Conciliar saúde e economia é uma questão que vem se debatendo mundo afora. Países investem uma parcela significativa do seu PIB com vistas a mitigar a falência das organizações. As menores são as mais frágeis e, contudo, os recursos ainda demoram a chegar, ou quando aportam, são fechadas as portas. O governo federal não pode economizar para fazer a roda girar. Sem consumo e com as arrecadações despencando, em abril 20%, e agora deve superar os percentuais, tendo perspectivas pessimistas, somente com injeção de dinheiro novo, custo baixo ou zero e prazos para dar fôlego aos empreendimentos existentes. Governos estaduais e municipais fazem o que podem, mas também aguardam Guedes correr com pires nas mãos.

Gasolina adulterada  
Quem já não teve essa experiência de abastecer o veículo e constatar que o motor não correspondia à altura devido ao tipo de combustível? Até se confirmar a legitimidade do produto, principalmente quando se está em viagem, acaba ficando por isso mesmo. Mas um cidadão metido a esperto de Palhoça-SC acabou tendo sua inscrição estadual cancelada por comercializar produto adulterado. A irregularidade foi percebida durante uma fiscalização do estabelecimento realizada pelo Procon/SC, que coletou amostras dos combustíveis comercializados pelo posto e encaminhou para análise da qualidade por laboratório credenciado pela ANP. Atenção: o fisco segue desenvolvendo ações em parceria com outros órgãos públicos (Procon, ANP, Imetro, entre outros), buscando identificar e punir os estabelecimentos que agem de forma inidônea, lesando o consumidor, a sociedade e o Estado.

13 de maio 
A data reporta a um momento de liberdade e também de muita reflexão pelos mais de 300 anos em que a escravidão predominou no Brasil, cujos resquícios ainda são vistos e sentidos por todos os cantos. Data também em que se comemora a aparição da Virgem em Fátima, Portugal, aos três pastorinhos, Francisco, Lúcia e Jacinta. Então, sigamos em frente na constante luta por conquistas dentro de uma sociedade justa.

Refletindo
“Pensem livremente, sem barreiras e com alegria. Transformem-se a partir desse pensamento, não aceitem nada que não seja essa libertação, rompam com o discurso da servidão voluntária”.  Leandro Karnal. Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC