As mudanças geopolíticas do comércio mundial começam a alterar oportunidades e ameaças para os negócios internacionais de Santa Catarina. As exportações catarinenses alcançaram em setembro US$ 791,72 milhões, 10,07% mais do que no mesmo mês do ano anterior e responderam por 4,39% das vendas totais do Brasil lá fora. Pelo segundo mês consecutivo, a China ocupou o primeiro lugar como principal destino das vendas do Estado, desbancando os Estados Unidos. No período de janeiro a setembro, SC exportou US$ 6,5 bilhões, 2,15% mais que nos mesmos meses do ano passado. As importações alcançaram US$ 1,253 bilhão em setembro, um acréscimo de 5,53% frente ao mesmo mês de 2017 e, de janeiro a setembro, acumularam US$ 11,5 bilhões, 25% mais.

Ao analisar os da balança comercial do Estado,  o Observatório da Indústria, do Sistema Fiesc, avalia que a guerra comercial EUA-China começa a impactar no comércio internacional de SC. O fato de a China ter se tornado o maior destino das vendas catarinenses com crescimento de 38,2% no ano mostra concentração de destino, o que deixa os negócios mais vulneráveis. Há concentração também em outros países. Mas o Observatório avalia que há potencial para vender mais aos asiáticos e para os Estados Unidos, onde SC registrou queda de 3,5% mês passado.

A balança comercial estampa ainda o peso dos estragos que a Polícia Federal e o Ministério da Agricultura promoveram com a Operação Carne Fraca ao setor de carnes e a série de outros embargos de países compradores. No ano, a venda de carnes de aves ao exterior caiu 0,8% e a de suínos 12%. Os principais produtos exportados por SC são carnes de aves (17,2%), soja (11%), carne suína (6,2%), partes de motores (5%) e motores elétricos (4,4%). Os mais importados são bens intermediários para a indústria.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti