O volume de vendas do varejo catarinense caiu 4,2% em maio em relação ao mês anterior – a pior queda do país, ao lado de Rondônia que teve o mesmo índice. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Essa é a pior queda do setor em SC desde julho de 2015, quando o decréscimo foi de 4,6%. No país, as vendas caíram 0,6%.
Nesta passagem de abril para maio de 2018, as vendas no recuaram em 15 das 27 Unidades da Federação. Os Estados que se destacaram foram Amazonas (6%) e Roraima (3,2%), que registraram os maiores aumentos nas vendas nessa comparação.
A queda foi acentuada, segundo especialistas e o próprio IBGE, principalmente pela greve dos caminhoneiros, que levou ao desabastecimento de produtos e impactou nas vendas. Santa Catarina foi um dos Estados que mais registraram bloqueios em estradas.
— O comércio catarinense está no positivo desde novembro de 2016, na tentativa de recompor as perdas provocadas pela recessão. Mas tanto SC, quanto o país, sentiram no caixa de seus estabelecimentos os efeitos da paralisação. Os segmentos de combustíveis amargam quedas que não se viam há dois anos, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior — analisa o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Ele acredita, no entanto, que o varejo deve apresentar melhores resultados nos próximos meses, mas com volume não tão expressivo.
— A expectativa é de recuperação da confiança e 2019, passada as incertezas políticas — diz.
Segundo a pesquisa do IBGE, a falta de combustíveis e elevação dos preços do produto foram fatores que também impactaram o desempenho do setor. Assim como atrasos na entrega de itens, como móveis, influenciaram na queda do varejo no país.

Em comparação com maio de 2017, resultado foi positivo
Frente a maio de 2017, o comércio varejista registrou aumento no volume de vendas em 20 dos 27 Estados. Em SC, as vendas subiram 6,1%, acima do registrado no país (2,7%). Seis das oito atividades do comércio varejista pesquisadas tiveram queda em SC nesta comparação. Os setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-23,2%), venda de livros e papelaria (-15,2%), móveis e eletrodomésticos (-13,5%) tiveram as maiores quedas.
Além disso, o setor de combustíveis e lubrificantes também teve queda de 7,7%. Já hipermercados e supermercados teve o maior aumento em SC: 19,6%. Outro setor que cresceu foi artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2%).
Para a comparação entre maio e abril, em SC o comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, também teve a maior queda do país. O volume de vendas caiu 7,7% no Estado, seguido pelo Espírito Santo (-7,3%). No país, caiu 4,9%.
Porém nos acumulados, Santa Catarina ainda sustenta bons resultados no setor varejista. Entre janeiro e maio, o volume de vendas do varejo catarinense teve crescimento de 10%. E nos últimos 12 meses, acumulou alta de 12,2%. O volume está há 15 meses no positivo, oito meses seguidos acima dos 10%.