Diante das reações duras contra a volta da CPMF, tanto do setor empresarial, quanto da sociedade e do meio político, a presidente Dilma Rousseff decidiu sábado voltar atrás e desistir do projeto que encaminharia ao Congresso para reeditar a contribuição. A taxação de todo o movimento bancário garantiria para a União receita da ordem de R$ 60 bilhões em 2016 para cobrir rombo no orçamento. Sem esse dinheiro e na ausência de uma nova fonte de recursos, o orçamento poderá ter déficit no ano que vem, o que eleva o risco de o país a perder o grau de investimento. Isso encarece o custo do dinheiro para o país, com impactos negativos na economia.

Em Santa Catarina, a proposta de relançar a CPMF teve ampla rejeição. É que lideranças do Estado estiveram entre as que mais protestaram pelo fim do tributo em 2007. Empresários fizeram passeata em Florianópolis e em outras cidades ao lado do então deputado federalPaulo Bornhausen, que liderou a campanha Xô CPMF no país. É um imposto ruim porque além de cumulativo incide com a mesma taxação para ricos e pobres, o que prejudica muito as pessoas de menor renda porque elas enfrentam carga tributária da ordem de 50% do que recebem e não têm serviços de qualidade em troca. A contribuição foi criada para cobrir custos com saúde em 1996, mas os recursos foram desviados para o caixa do governo federal e o setor de saúde continuou com serviços precários.

O grande dilema é que o tamanho do setor público não cabe mais na renda do país. Precisa ser reduzido. A exemplo das empresas, o governo precisa cortar ministérios e cargos de confiança.

 

Via Clic RBS – Blog Estela Benetti