O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas variou 0,3% em maio, atingindo 66,4 pontos, patamar ainda baixo em termos históricos. A análise do indicador em médias móveis trimestrais apresentou queda de -2,3% na margem – isso significa que ainda é cedo para esperar uma reversão das expectativas de desaquecimento do mercado de trabalho para os próximos meses.

“Apesar de leve melhora no IAEmp, a tendência ainda é de deterioração do emprego para os próximos meses. Chama a atenção a percepção de que os negócios continuam piorando no setor de serviços, apesar da perspectiva de alguma melhora nos próximos meses. De qualquer forma, como se trata de um setor intensivo em mão de obra, o nível agregado de emprego deve continuar sendo afetado negativamente nos próximos meses”, afirma Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV/IBRE.

O resultado positivo do IAEmp no mês de maio foi influenciado pelo melhora das perspectivas dos consumidores e dos empresários sobre o mercado de trabalho para os próximos meses. Dentre as variáveis que compõem o indicador, a percepção dos consumidores sobre o emprego no futuro subiu 5,3%. No campo empresarial, o indicador que mede a percepção dos empresários sobre situação dos negócios para os próximos seis meses elevou-se 4,5% nos setores de serviços e da indústria.

Em contrapartida, as séries que avaliam o momento atual foram as que mais contribuíram negativamente, com destaque para situação atual dos negócios de serviços e de indústria, que variaram -5,4% e -4,7%, respectivamente.

O IAEmp é construído como uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, tendo capacidade de antecipar os rumos do mercado de trabalho no país.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou pelo quinto mês consecutivo. O crescimento de 2,9%, entre abril e maio, levou o indicador a atingir 88,3 pontos, maior valor desde maio de 2009 (90,4 pontos) – período pós-crise internacional.

“A rápida deterioração do ICD indica que o desemprego deve aumentar em maio em virtude da piora da percepção das famílias em relação ao mercado de trabalho. Esse aumento deve vir acompanhado por uma aceleração da População Economicamente Ativa (PEA), que já apresenta sinais de maior crescimento.”, aponta Moura.

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta puramente a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento.

A próxima divulgação dos Indicadores de Mercado de Trabalho ocorrerá em 08 de julho de 2015.

 

Via Economia/SC